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‘Falando Sério sobre Adolescência’: mesa na Bienal do Livro Rio discute dores da juventude

14 de Junho 7 min de leitura

‘Falando Sério sobre Adolescência’: mesa na Bienal do Livro Rio discute dores da juventude

Thalita Rebouças media debate com psicólogos, juíza e cantora sobre saúde mental, violência, redes sociais e a urgência de compreender o universo jovem

Conhecida por seus livros voltados ao público infantojuvenil, a escritora e apresentadora Thalita Rebouças mediou a mesa “Falando Sério sobre Adolescência”, nome de uma das suas obras, no Café Literário Pólen, neste sábado (14), segundo dia da Bienal do Livro Rio.

Participaram da conversa o psicólogo, escritor e podcaster Alexandre Coimbra; o psicólogo, professor e pesquisador Renato Caminha - marido de Thalita; a juíza da Vara da Infância e Juventude do Rio, Vanessa Cavalieri; e a cantora adolescente Tontom. Na conversa, os convidados trouxeram suas perspectivas sobre como adolescentes, famílias e profissionais podem lidar com as questões da vida.

Thalita guiou a conversa que embarcou em temas como bullying, problemas psicológicos, importância do exemplo dos pais e violência. Alexandre caracterizou a adolescência como um “terremoto”:

“A gente quer fazer a palestrinha antes de escutar o que está pegando. Se a gente escutar, eles vão trazer a dor deles e pode ser que a gente não tenha resposta para isso”.

O psicólogo ainda fez uma crítica ao termo “aborrecência”, considerando-o como pejorativo, e criticou o julgamento nessa fase da vida: “Imagina você se desenvolver com uma desconfiança, com descrédito. Fazem apenas perguntas sobre o futuro, como se fosse apenas uma estrada para se tornar um adulto funcional”.

Adolescentes enfrentam distúrbios psicológicos e violência

Sendo o Brasil o segundo país do mundo com prescrição de psicofármacos para crianças e adolescentes, os convidados falaram sobre questões de saúde mental e violência. O psicólogo Renato Caminha afirmou que a automutilação tem se tornado uma prática frequente para muitos adolescentes.

A juíza Cavalieri acrescentou que uma plataforma nas redes sociais estimula esse tipo de comportamento disfuncional e lembrou de casos envolvendo meninas que são aliciadas para cometerem mutilações: “De posse de fotos íntimas, eles chantageiam as meninas”.

“É o lugar mais perigoso para cometer crimes online. Não tem dados do usuário, não tem moderação ativa do conteúdo, assim o ambiente é muito favorável para o cometimento de crimes”, afirmou a magistrada.

No entanto, a juíza acredita que a violência é um grito de socorro e citou um caso em que julgou sobre um jovem envolvido com supremacia branca. A resolução que ela deu para o problema foi ele fazer programas divertidos com o pai para resolver o problema, e o resultado foi positivo.

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